Jesus disse: "Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe" (Mateus 19:6)
Por meio das suas palavras, Jesus expõe a doutrina fundamental da fé cristã referente ao divórcio. Suas palavras eram uma resposta aos líderes das comunidades e à sua pergunta sobre o divórcio, "É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo?" (Mateus 19:3). Os líderes desejavam ensinar que o divórcio por qualquer motivo era aceitável. Em resposta, Jesus primeiramente chamou a atenção deles para o elo inquebrável do casamento que Deus estabeleceu no início em Gênesis 1:27; 2:23,24, e concluiu, "Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe" (Mateus 19:6). Jesus proíbe o divórcio. Os líderes das comunidades não queriam ouvir essa doutrina, tal como a igreja de hoje frequentemente não quer ouvir ou entender. A partir da sua própria luxúria pecaminosa e coração endurecido, eles queriam estar aptos a divorciar e justificar esse ato. Os líderes inquiriram Jesus, "Então, por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio à mulher e mandá-la embora?" (Mateus 19:7). Os líderes voltaram-se ao livro de Deuteronômio, 24:1-4, que concedeu uma lei regulando o divórcio e particularmente proibindo a retomada de uma esposa divorciada e recasada, por conta da impureza do divórcio e do recasamento. Não entendendo os princípios espirituais da lei de Deus, eles teriam pervertido a Sua lei para justificar o divórcio, como se Deus aprovasse esse ato. Jesus expõe a incredulidade deles. Ele lhes respondeu "Moisés permitiu que vocês se divorciassem de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio" (Mateus 19:8). Deus, que fez o casamento no início, não sancionou o seu pecado do divórcio. Divórcio é uma evidência da depravação e da dureza de coração do homem no pecado. Era assim entre os perversos em Israel. É uma evidência da mesma incredulidade endurecida não apenas no mundo, mas também na igreja de hoje. A lei, seja de Moisés ou do governo de hoje, não pode mudar um coração endurecido. Essa lei pode apenas "sustentar", isto é, controlar, regular ou reprimir exteriormente os pecados que o homem comete. Somente a graça salvadora muda esse coração endurecido. O divórcio que conduz ao recasamento é uma forma de adultério. Jesus disse "Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério" (Lucas 16:18). O divórcio em si faz com que a esposa seja tentada a cometer adultério pelo recasamento (Mateus 5:32). Mas não há exceção? Jesus expôs apenas uma exceção na Sua condenação ao divórcio. Ele disse "que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual [Nota da NVI. Do grego porneia, termo genérico que se refere a práticas sexuais ilícitas] faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada cometendo adultério" (Mateus 5:32; 19:9). Porque a doutrina dos apóstolos continua nessa verdade, nós lemos "Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: Que a esposa não se separe do seu marido. Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher" (1 Coríntios 7:10,11
"Relações ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério" (Lucas 16:18, RA) Pelas suas palavras, Jesus expressa que o recasamento entre pessoas divorciadas é adultério. É adultério porque o casamento é um laço permanente, perpétuo, rompido apenas pela morte. O único caso em que a Palavra de Deus permite o recasamento é quando o cônjuge morre (Mateus 19:6; Romanos 7:1-3). Em todas as passagens em que fala sobre essa questão, Jesus se refere ao recasamento de pessoas divorciadas como sendo "adultério". Assim, divórcio é pecado. Jesus faz apenas uma exceção, "não sendo por causa de relações sexuais ilícitas" (Mateus 19:9). Note que ao dar essa permissão Jesus está dando a única justificativa para o divórcio e não um fundamento para o recasamento. O texto não diz: "Quem repudiar sua mulher... e casar com outra... não sendo por causa de relações sexuais ilícitas". Mesmo em tal caso, Jesus não estaria permitindo o recasamento. Acerca do recasamento, ele diz: "... e casar com outra mulher comete adultério" (Mateus 19:9). E com relação à esposa, seja culpada ou vítima inocente, ele diz: "... e o que casar com a repudiada comete adultério" (Lucas 16:18). Portanto, Jesus deixa claro que o divórcio não dissolve o casamento original. Logo, o recasamento é sempre chamado de "adultério". Além disso, as palavras de Jesus deixam claro que não é simplesmente o ato de recasar que é adultério, mas que a relação do recasamento em si é um estado de adultério, um constante caminhar no pecado. Pecado e divórcio podem separar pessoas casadas. Eles não dão a ambas as pessoas o direito de casaram novamente com outras pessoas. A doutrina dos apóstolos não é diferente. Nós lemos "Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher" (1 Coríntios 7:10-11). No contexto em que o apóstolo fala daqueles que nunca casaram, ou que são virgens, ele diz "mas, se te casares, com isto não pecas" (1 Coríntios 7:28). Mas ele também diz, a fim de que não haja nenhuma confusão: "Estás casado? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento" (1 Coríntios 7:27).1 A exortação àquele que está divorciado é que permaneça solteiro ou que procure reconciliação com a sua esposa. Casamento é um privilégio, uma boa dádiva de Deus. O homem, pelos seus pecados, corrompe o casamento a tal ponto que é possível encontrar alguém numa situação em que Deus retirou o privilégio de se casar. Deus chama alguns para serem eunucos "por causa do Reino dos Céus" (Mateus 19:12). isto é, que recasar é proibido e é um adultério. Você crê neste Jesus? E a sua igreja? O seu casamento reflete isso?
Pr. Henrique Lino
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