“E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.” (João 2:1-2)
A Bíblia nos relata que Jesus foi convidado para uma festa, uma cerimônia de casamento, e tudo leva a crer que era um parente de Maria. O Senhor compareceu com os seus discípulos, o que para nós é de extrema relevância, pois mostra que, além das festas religiosas judaicas, é a única que a Bíblia cita que Jesus compareceu. Tudo isso serve para que entendamos o significado, a seriedade do casamento diante do Senhor, e, mais ainda, pois iremos entender que foi onde Ele realmente começou o seu ministério, porque até então Jesus não tinha operado nenhum milagre ou sinal. “E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.”(João 2:3-4). A celebração de um casamento naquela região era um evento muito importante e podia durar uma semana. Deixar de oferecer a devida hospitalidade era defeito grave. Maria vai até Jesus informando que o vinho tinha acabado, na verdade pedindo ajuda, mas vemos que Jesus disse a ela que a sua hora não tinha chegado, e realmente ela só chegou na Cruz do Calvário. Jesus também nos mostra outro sinal, não desmerecendo ou desrespeitando Maria, mas mostrando que ela nada podia fazer e que ela não era intercessora de ninguém. Veremos também que o Espírito Santo, usando Maria, mostra que, para ser atendido pelo Senhor, basta obedecer, fazer tudo o que Ele mandar. Basta viver o Evangelho, a sua Palavra. Aqui é uma grande revelação, Jesus mostrando que Maria era simplesmente uma mulher como todas as outras, e ela mostrando que, para recebermos, devemos obedecer. Jesus fala: “o que tenho eu contigo”, ou seja, o Filho de Deus não tinha nada com ela, não lhe obedecia, pois Ele era Deus, Ele não atendia, pois ela era mãe carnal, não a espiritual, e Ele só obedecia a Deus. Devemos entender que Maria foi uma mulher extremamente abençoada, pois teve a honra de gerar o Filho de Deus, o Salvador, mas isso não a transformou em alguém que pudesse interferir a favor de quem quer que seja. Jesus deixou isto bem claro várias vezes quando falou que os felizes e abençoados eram os que ouviam e praticavam a sua Palavra.
“Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.” (João 2:5). Depois de uma resposta supostamente dura de Jesus, ela manda que os servos façam tudo o que Jesus mandar, mas ela estava falando não só para aqueles, e sim para todos. Ela, sendo usada pelo Espírito, nos dá o ensinamento a respeito de obediência aos preceitos, às ordenanças de Cristo. Se quisermos receber alguma coisa do Senhor, se precisamos do milagre do Socorro, então façamos tudo o que Ele manda. “E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.” (João 2:6-7). Os judeus ficavam impuros nas circunstâncias normais da vida diária, sendo purificados ao derramar água sobre as mãos. Para uma festa prolongada com muitos hóspedes, era necessária uma grande quantidade de água para esse fim. No Velho Testamento, há duas palavras hebraicas geralmente empregadas para designar o vinho: YAYIN, que se refere ao suco fermentado de uvas, e TIROSH, que se refere ao vinho doce, fresco, sem fermento, não alcoolizado. Por exemplo, em vários livros da Bíblia se emprega a palavra YAYIN, vinho fermentado. Há um caso curioso em Isaías 25:6 sobre vinho clarificado, sem borras. Era um vinho que devia ser filtrado antes de ser usado. A palavra TIROSH geralmente designa suco de uvas ou outras frutas, embora, algumas vezes e raramente, indique mosto, que é o suco em fase de fermentação. Assim fica entendido que, nesse caso, a designação para o vinho não era a bebida alcoólica conhecida nossa. Jesus não transformou água em bebida alcoólica, que isto fique claro. “E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo, E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.” (João 2:8-10). A água que Jesus transformou em vinho, ou suco, foi de uma qualidade fora do comum, superior. Esse foi o primeiro milagre, e Jesus fez isso para nos mostrar que Ele transforma tudo o que vem a Ele. Todos os que o ouvir são transformados de maneira surpreendente e em pessoas inigualáveis. O primeiro milagre foi a transformação, não podemos esquecer-nos disso jamais., Ele é o transformador.
“Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram Nele.
Depois disto desceu a Cafarnaum, Ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.” (João 2:11-12). Jesus iniciou o seu ministério de milagres e sinais em uma festa de casamento em Caná da Galiléia, foi ali que Ele mostrou o seu Poder, revelou-se ao mundo. Isso nos mostra a seriedade do casamento para o Senhor. Ele iniciou o ministério que poderia ter sido no templo ou em outro lugar qualquer, mas escolheu o casamento. A partir de então, os seus discípulos começaram de fato a crer Nele, e juntos seguiram para Jerusalém, em direção ao templo. “E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados.” (João 2:13-14). Como naquela época exigiam-se sacrifícios, holocaustos e ofertas para apresentação de crianças e outras, os judeus que vinham de lugares muito distantes precisavam comprar animais sacrificiais perto do templo. Os mercadores, no entanto, estavam vendendo no átrio exterior do templo, portanto fora do templo. Também havia os cambistas, porque muitas moedas tinham que ser trocadas por dinheiro aceitável pelas autoridades do templo, e isso exigia a presença de cambista, mas não podiam estar no templo nem nos arredores. Seria o equivalente a vendas de CDs, DVDs, livros, bíblias e outras coisas que são comercializadas hoje em dia dentro dos templos, dentro das igrejas. “E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas; E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.” (João 2:15-16). (Azorrague de cordéis é um açoite de várias correias trançadas, atadas a um pau, ou de uma correia só, com que os cocheiros tangem as bestas. Também classificado como castigo, flagelo. Cordel é uma corda fina, baraça, baraço, barbante, guita). Então, resumindo, Jesus chicoteava com um azorrague de cordéis. Portanto, o segundo sinal de Jesus foi fazer um chicote e expulsar do átrio do templo os comerciantes da fé. Jesus os expulsou de forma violenta, e como sabemos que Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre, então continua expulsando da sua presença todos os comerciantes da Fé, todos os que por motivos vários fazem qualquer tipo de comércio dentro do templo ou na porta, tanto quem compra quanto quem vende. Templos, igrejas que têm lojas, cantinas que vendem todo o tipo de coisa dizendo que é para abençoar, será que estão na presença do Senhor, ou já foram expulsos e ainda não perceberam? Jesus, no início do seu ministério, a primeira vez que foi ao templo, fez uma limpeza expulsando os comerciantes da fé. “E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorou.” (João 2:17).
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr.Henrique Lino
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